Rentabilidade dos capitais próprios médios de 4,9%.
Solvabilidade sobe para 18%.
Lisboa, 18 de Março de 2021 - No exercício de 2020, período fortemente marcado pela pandemia provocada pelo coronavírus (COVID-19), o Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido consolidado de 86,5 milhões de euros, valor equivalente a uma rentabilidade dos capitais próprios médios (ROE) de 4,9%, resultado que compara com os 131,5 milhões de euros registados em 2019. Apesar do cenário macroeconómico ditado pelos riscos associados à pandemia, incluindo o regime aplicável às moratórias, observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo reflectida num rácio Common Equity Tier 1 de 18,0% .
O produto bancário do Grupo aumentou 27,9 milhões de euros (+5,2% face a 2019) passando de 541,5 milhões de euros em 2019 para 569,4 milhões de euros em 2020. Para esta evolução contribuíu essencialmente a manutenção da margem financeira (+0,8% face a 2019) e o aumento dos resultados de operações financeiras, de 54,1 milhões de euros em 2019 para 92,4 milhões de euros em 2020.
No negócio bancário, a carteira de crédito bruto a clientes ascendeu a 11,3 mil milhões de euros. Um aumento de 6,1% face a 2019, que superou a evolução do mercado (crescimento de 4,8% ), valor que consubstanciou um reforço de quota de mercado em 0,1 p.p., que se fixou em 5,8%. Esta evolução resultou do crescimento de 8,6% no crédito a empresas e administração pública (de 6,5 mil milhões de euros em 2019 para 7,0 mil milhões de euros em 2020) e de 2,1% no crédito a particulares (+88 milhões de euros face ao período homólogo de 4,1 mil milhões de euros para 4,2 mil M€).
O crescimento no crédito concedido refletiu o apoio disponibilizado às famílias e empresas clientes do Grupo CA no actual contexto da crise do COVID-19. No final de Dezembro de 2020, as moratórias aprovadas pelo Crédito Agrícola totalizavam 2.654 milhões de euros, dos quais 76,5% concedidas a empresas, 14,5% referentes a crédito à habitação e 9,0% a outros créditos a particulares, num total de 31.572 contratos.
O Crédito Agrícola concedeu 264,4 milhões de euros ao abrigo das linhas de crédito protocoladas COVID-19 com garantia do Estado, apoiando desta forma 3.758 empresas nacionais.
Em relação ao rácio de Non-Performing Loans (NPL), calculado de acordo com a Instrução 20/2019 do Banco de Portugal, registou uma evolução favorável em 2020 para 8,1% comparando com os 9,2% em 2019 (-58,1M€ milhões de euros de stock). O nível de cobertura de NPL por imparidades de crédito alcançou os 43,7% e o nível de cobertura de NPL por imparidades e colaterais os 136,5%. Ainda no tocante a activos não produtivos, em 2020, a exposição a activos imobiliários, directa e indirecta, reduziu em 11,6% (-61,0 milhões de euros) para o valor de 463M€.
O custo do risco no negócio bancário do Grupo aumentou para 0,48% (de -0,02% em 2019), considerando o reforço líquido de imparidades e provisões em 72,4 milhões de euros (+54,2 milhões de euros referentes a imparidades de crédito), tendo em conta o contexto económico perspectivado.
Os recursos totais de clientes aumentaram em 1.712 milhões de euros, o que representa um crescimento de 10,0% face a 2019. Os depósitos de clientes aumentaram de 15,3 mil milhões de euros para 17,2 mil milhões de euros (+12,2% face a 2019), ultrapassando o aumento de 10,1% registado no conjunto do mercado bancário nacional e evidenciando a confiança depositada no Grupo Crédito Agrícola, com um aumento da quota de mercado para 8,0%.
O Grupo Crédito Agrícola manteve um nível de liquidez confortável, traduzido num rácio de transformação de 63,4% e num rácio de cobertura de liquidez (LCR ) de 434,5%. Já o rácio de alavancagem do Grupo fixou-se nos 7,6%, comparando com 7,4% em 2019.
Em 2020 observou-se um reforço da solvabilidade do Grupo Crédito Agrícola, com o aumento do rácio CET1 em 3,4 p.p. para os 18,0%, um dos mais elevados do sistema bancário nacional. O rácio Texas, determinado pelo quociente entre o stock de NPL e a soma dos capitais próprios tangíveis com o stock de imparidades, fixou-se nos 40,8%.
No ano de 2020, em termos líquidos, o Grupo Crédito Agrícola captou um total de mais de 62 mil novos clientes e registou um desempenho favorável na utilização dos seus canais digitais, alcançando +9% de clientes particulares activos (taxa de penetração online de 38,2%) e +9% de clientes empresa activos (taxa de penetração online de 69,9%).
A pandemia COVID-19 veio também impulsionar a utilização dos serviços digitais do Grupo Crédito Agrícola no que respeita à realização de transacções (ex. operações financeiras, consultas). No CA Online registou-se um crescimento do volume de transacções de 27% (+46% no canal dos clientes empresariais e +10% no dos particulares) e no canal mobile o volume de transacções aumentou 133% (+162% nos clientes empresariais e +130% nos particulares), face a igual período de 2019.
É ainda de assinalar o contributo para os resultados consolidados dos resultados do negócio segurador do Grupo em 2020 no valor total de 10,2 milhões de euros, com a companhia de seguros vida CA Vida a contribuir com 6,1 milhões de euros e a CA Seguros com 4,1 milhões de euros (seguros não vida).
O Crédito Agrícola, o único banco cooperativo em Portugal, é uma instituição financeira de capitais exclusivamente nacionais, presente em todo o território nacional e com a maior rede de Agências do país .
ENQUADRAMENTO DA ACTIVIDADE
O ano de 2020 ficou marcado pela pandemia de SARS-CoV-2 (COVID-19) que causou uma recessão global, apenas ultrapassada pelas recessões que derivaram das duas Guerras Mundiais e da Grande Depressão. Segundo o Banco Mundial, o crescimento global em 2020 terá contraído 4,3%.
Na Europa, 2020 foi o ano mais sombrio desde a 2ª Guerra Mundial, mas com alguns desenvolvimentos positivos no 4º trimestre, nomeadamente a aprovação pelo Conselho da UE do Quadro Financeiro Plurianual da UE para 2021-2027, que prevê a mobilização de 1.074 mil milhões de euros, e a aprovação do Fundo de Recuperação no valor de 750 mil milhões de euros para auxiliar os países na recuperação. A taxa de desemprego na Zona Euro situou-se nos 8,0% em 2020 (+0,4 pontos percentuais que o verificado em 2019) e a taxa de inflação foi praticamente nula (0,0%).
À semelhança do resto do Mundo, a COVID-19 afectou profundamente a actividade económica portuguesa em 2020. As medidas aplicadas para conter a propagação do vírus e a falta de confiança dos agentes económicos determinaram uma queda sem precedentes do PIB em Portugal na primeira metade do ano (-17,3% face ao final de 2019). No 3º trimestre, após o gradual levantamento das medidas de confinamento, a realização de despesa adiada durante o período de confinamento e a recuperação da generalidade das actividades produtivas desencadearam uma recuperação rápida e acentuada da actividade, promovendo um crescimento do PIB de 13,3% face ao trimestre anterior. Esta trajectória de recuperação foi invertida no 4º trimestre com a implementação de novas medidas de confinamento, estando projectada uma queda do PIB de 8,1% no total de 2020.
No ano de 2020, a economia portuguesa voltou a apresentar necessidades líquidas de financiamento face ao exterior. A deterioração da balança corrente e de capital decorreu da evolução da balança de bens e serviços e, em particular, da redução do excedente dos serviços relacionados com o turismo. O consumo privado caiu 6,8% durante 2020.
A taxa de desemprego aumentou de 6,5% em 2019 para 7,4% em 2020, o que constitui um aumento inferior ao expectável, reflectindo o impacto das medidas de apoio às empresas, em particular, o regime de layoff simplificado.
A informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal através do BPStat (referente a 31/12/2020) dá conta de que o volume de depósitos bancários aumentou 10,1% em 2020 face a Dezembro de 2019 (+8 mil milhões de euros nos depósitos de empresas e +12 mil milhões de euros nos depósitos de particulares), apresentando os valores mais elevados dos últimos 5 anos.
Em 2020, o crédito concedido em Portugal registou o maior crescimento dos últimos 5 anos (+4,8% no crédito bruto total face ao final de 2019). O aumento da procura de crédito por parte das empresas reflectiu-se num crescimento de 10,4% que se deve, em grande parte, à utilização das linhas de crédito protocoladas com as instituições de crédito e com o apoio de sociedades de garantia mútua para suprir necessidades de fundo de maneio, assim como com a adesão às moratórias de crédito. Em 2020, verificou-se um abrandamento no crescimento do crédito bruto concedido a clientes particulares (+1,6% face a +3,0% em Dez.2019).
RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
Em 2020, o Crédito Agrícola assumiu o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável das comunidades em que se insere, consubstanciado na Política de Sustentabilidade que reflecte as preocupações sociais, ambientais e de governação e apresenta um conjunto de compromissos em matéria de finanças sustentáveis que, em prol do bem-estar das populações, conferem acrescida importância à gestão dos ecossistemas, ao uso eficiente dos recursos, à urgência no combate às alterações climáticas e à desigualdade.
Neste sentido, o pilar da sustentabilidade foi também reflectido no programa “Minuto de Economia”, tendo sido alterada a designação do programa para “Minuto de Economia + Sustentável”.
Entre as principais iniciativas de apoio social desenvolvidas em 2020, encontram-se a acção conjunta “SOS Coronavírus” com a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Ordem dos Médicos, que consistiu na criação de uma conta solidária para fornecimento de equipamento hospitalar, para a qual o Grupo CA contribuiu com 50 mil euros. A Campanha “O Meu Gesto, pelo Nosso Portugal”, numa colaboração entre a FENACAM, a CONFAGRI e a CARITAS, teve o objectivo de fornecer bens de 1ª necessidade aos que mais precisam. Adicionalmente, e pelo terceiro ano consecutivo, clientes e público em geral uniram-se ao Crédito Agrícola na causa “Prevenção do Cancro da Mama” com um contributo de 10 mil euros doado à Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Em 2020, o Crédito Agrícola voltou a distinguir as empresas clientes que mais contribuíram para a competitividade e crescimento da economia portuguesa com o estatuto de PME Líder (447 empresas) e PME Excelência 2019 (123 empresas). O número de empresas PME Líder 2020 elevou-se para as 552 empresas (+105 que em 2019). Na sua sétima edição (2020), focada no tema da sustentabilidade, o prémio de empreendorismo e inovação obteve um número recorde de candidaturas, no total de 238.
O Crédito Agrícola foi ainda o patrocinador principal do evento internacional de inovação sustentável PLANETIERS WORLD GATHERING, que contou com a realização de debates no Crédito Agrícola Communities Stage dedicados às finanças sustentáveis e investimento regenerativo, e com a realização de acções com startups no CA Innovation Studio (ex. atribuição de um prémio a projectos de inovação e sustentabilidade - Crédito Agrícola Boost).
Ainda inserido na estratégia de sustentabilidade, o Crédito Agrícola inaugurou em Novembro de 2020 a sua primeira Agência Sustentável em Leiria, cujo conceito assentou no impacto ecológico dos materiais utilizados e nas boas práticas empresariais em matéria de sustentabilidade.
Num ano marcado por fortes constrangimentos devido à pandemia causa pela COVId-19, o Grupo Crédito Agrícola manteve sempre a sua proximidade com os clientes, garantindo o acesso aos serviços bancários, com as devidas precauções de higiene e segurança. Em Janeiro de 2021 apenas 13 agências se encontravam fechadas num total de 635, não obstante o estado de emergência em vigor.
Para além da rede física, o Crédito Agrícola disponibiliza uma rede de 283 caixas automáticas próprias “B24” com serviços em funcionamento (+11 que em 2019) e de 1.588 caixas automáticas SIBS (+24 que em 2019), tendo reforçado a aposta no desenvolvimento e na melhoria dos seus canais digitais. Foram tomadas medidas para a flexibilização e digitalização de processos de modo a mitigar os impactos da pandemia na normal actividade comercial, tendo sido dinamizados novos serviços na App moey! e a oferta online CA Crédito Pronto.
RECONHECIMENTO EXTERNO
A reputação do Crédito Agrícola voltou a sair reforçada no ano de 2020, tendo-se posicionado no Top 5 na categoria “Banca” do ranking do estudo Global RepScore 2020 realizado pela OnStrategy. Este estudo avalia o posicionamento e os níveis emocional e racional de reputação das marcas a operar em Portugal.
O Crédito Agrícola foi também reconhecido, pela primeira vez, como líder no sector da Banca e Seguros pelo Índice de Satisfação do Cliente no European Consumer Satisfaction (ECSI) Portugal 2019. Também as seguradoras do Grupo foram distinguidas por este prémio, com a CA Seguros a ser reconhecida pelo segundo ano consecutivo e a CA Vida pelo terceiro ano consecutivo.
&Mais recentemente, a CA Seguros liderou, pelo terceiro ano consecutivo, o mais elevado nível de satisfação, de acordo com o ECSI 2020 – European Consumer Satisfaction Index 2020, com uma avaliação de 8,04 (numa escala de 0 a 10), na dimensão “Satisfação dos Clientes”.
A CA Seguros foi ainda distinguida como empresa líder no Índice da Excelência 2019, posicionando-se no Top 5 das Empresas de Média Dimensão.
No 3º trimestre de 2020, o Crédito Agrícola destacou-se no ranking das instituições menos reclamadas, realizado pelo Banco de Portugal, no primeiro semestre do ano, como um dos bancos nacionais que apresenta menos reclamações no crédito habitação e no crédito ao consumo. O Crédito Agrícola encontra-se posicionado abaixo da média, que se traduz em 60 reclamações por cada 100 mil contratos de crédito à habitação e hipotecário, liderando ainda o Top 3 das organizações menos reclamadas no crédito ao consumo.
A CA Seguros destacou-se também como uma das seguradoras nacionais com menos reclamações no Seguro Automóvel e no Seguro de Acidentes de Trabalho, segundo o Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado, relativo a 2019, elaborado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
RESULTADOS DO GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA
O resultado líquido consolidado (não auditado) do Grupo Crédito Agrícola atingiu 86,5 milhões de euros em 2020, que compara com os 131,5 milhões de euros registados em 2019. Em 2020, os resultados de operações financeiras contribuíram com 92,4 milhões de euros e o reforço líquido de imparidades e provisões em 72,9 milhões de euros para o resultado líquido consolidado.
RESULTADOS DO NEGÓCIO BANCÁRIO
No negócio bancário, o resultado líquido foi positivo em 68,5 milhões de euros em 2020, o que compara com o resultado de 2019 que se cifrou nos 115,5 milhões de euros. Em 2020, os resultados de operações financeiras contribuíram com 59,1 milhões de euros para o resultado líquido e o reforço líquido de imparidades e provisões em 72,4 milhões de euros (54,2 milhões de euros referentes a imparidades de crédito) para o resultado líquido.
A margem financeira alcançou 301 milhões de euros, um crescimento homólogo de 2,3 milhões de euros (+0,8%) e que reflecte:
- o aumento dos juros de crédito a Clientes (+1,0 milhões de euros), por via do aumento do volume de crédito (efeito volume de +16,8 milhões de euros), que compensou a redução de 0,14 p.p. nos spreads de crédito (efeito preço de -15,8 milhões de euros);
- a redução dos juros de títulos e outras aplicações em 7,3 milhões de euros, justificado pela redução da taxa de juro média em 0,20 p.p. (efeito preço de -17,2 milhões de euros);
- a redução dos juros de depósitos de clientes, por via da redução das taxas de remuneração (efeito preço de 5,3 milhões de euros) que, no global, tiveram um impacto positivo na margem financeira de 4,0 milhões de euros; e
- a redução dos juros dos recursos de Bancos Centrais e outros passivos em 4,5 milhões de euros, pela combinação do efeito volume (-2,0 milhões de euros) e do efeito preço (-2,5 milhões de euros).
O Produto Bancário apresentou um crescimento de 32,2 milhões de euros (+6,5% face a 2019) e o Produto Bancário Recorrente (i.e. excluindo os resultados de operações financeiras) revelou uma quebra de 1,9%. As comissões líquidas aumentaram 1,8 milhões de euros (+1,1% face a 2019), tendo as comissões de operações de crédito reduzido 4,7 milhões de euros (-13,4% face a 2019) e as de contencioso e mora reduzido 1,2 milhões de euros (-25,0% face a 2019).
Os outros resultados de exploração diminuíram 13,2 milhões de euros (-77,5% face a 2019), justificado pela redução dos resultados da recuperação de créditos, juros e despesas de crédito vencido no valor de 13,3 milhões de euros para os 17,4 milhões de euros. Nesta rubrica estão contabilizados as contribuições para o FR, o FUR, o FGD e a contribuição para o sector bancário que, no conjunto, totalizaram 12,4 milhões de euros (+0,6 milhões de euros que o verificado em 2019).
Em 2020, verificou-se uma redução do rácio de eficiência de 68,5% para 64,8%, justificado pelo desempenho do produto bancário, na medida em que os custos de estrutura registaram um ligeiro aumento de 0,7% para os 342 milhões de euros (+2,4 milhões de euros que o verificado em 2019).
O abrandamento económico resultante da situação pandémica e as perspectivas relacionadas com a extinção das moratórias levaram ao reforço das imparidades do exercício no último trimestre do ano, o que se traduziu no agravamento do custo do risco em 0,5 p.p. e do custo do risco ajustado com o resultado de recuperações de crédito em 0,6 p.p., ambos face à situação verificada em 2019.
BALANÇO
Relativamente ao balanço do negócio bancário do Crédito Agrícola, registou-se um acréscimo de 23,0% no activo líquido total que passou de 18.468 milhões de euros em 2019 para 22.714 milhões de euros em 2020.
A estratégia do Grupo Crédito Agrícola tem-se pautado por apoiar, com rigor e selectividade, todos os sectores de actividade e todas as regiões do país. O crédito a clientes, em termos brutos, registou um crescimento face a 2019 de 6,1%, tendo o crédito líquido aumentado 6,4% no mesmo período.
No que respeita à segmentação do crédito a clientes, o crédito a particulares fixou-se nos 4.231 milhões de euros, o que representa um aumento de +2,1% face ao período homólogo. Este crescimento resulta do comportamento positivo da carteira de crédito à habitação (+5,8%), apesar das quebras registadas no crédito ao consumo (-0,1%) e no crédito a outras finalidades (-12,6%). No que respeita às empresas e administração pública, o crédito bruto registou um crescimento na ordem dos 558 milhões de euros (i.e. +8,6% que o verificado em 2019) para os 7.029 milhões de euros.
No final de Dezembro de 2020, as moratórias aprovadas pelo Grupo Crédito Agrícola totalizavam 2.654 milhões de euros, o que representa cerca de 24% da carteira de crédito e um total de 31.572 contratos. Do montante total de moratórias aprovadas, 76,5% corresponde a crédito a empresas, 14,5% é referente a crédito habitação e 9,0% a outros créditos a particulares.
Ainda no que respeita ao apoio à economia, o crédito contratado no âmbito das linhas protocoladas COVID ascendeu a 264,4 milhões de euros em 2020, tendo sido apoiadas desta forma 3.758 empresas nacionais.
Relativamente à qualidade da carteira de crédito, o rácio de NPL situou-se nos 8,1% em 2020, tendo registado uma evolução favorável face aos 9,2% de 2019, ambos utilizando a definição da Instrução 20/2019 do Banco de Portugal. Relativamente à cobertura de NPL, o rácio de cobertura por imparidades de crédito situou-se em 43,7% e o rácio de cobertura por imparidades de crédito e colaterais fixou-se em 136,5%.
SOLVABILIDADE, ALAVANCAGEM E LIQUIDEZ DO GRUPO
Os fundos próprios do Grupo Crédito Agrícola, em Dezembro de 2020, ascenderam a 1.776 milhões de euros (+307 milhões de euros em relação ao período homólogo), o que representa um crescimento 20,9% face ao período homólogo. Os requisitos de fundos próprios para cobertura dos riscos de crédito e risco operacional atingiram os 9.874 milhões de euros (i.e. +122 milhões de euros face ao verificado em Dezembro de 2019).
Os rácios common equity tier 1 (CET1) e solvabilidade total, calculados para 2020 com a aplicação integral das regras previstas no Regulamento (U.E.) n.º 575/2013 (CRD IV), excluindo resultado líquido do período, apresentam ambos o valor de 18,0%.
A densidade de RWA, determinada pelo quociente entre os RWA e a Exposição Total, apresentou um valor de 42,5% em 2020, comparável com os 51,2% reportados em 2019.
O rácio de alavancagem do Grupo fixou-se em 7,6% em 2020, o que compara com os 7,4% reportados em 2019. O rácio de cobertura de liquidez (LCR) reduziu de 470,8% em 2019 para 434,5% em 2020, mantendo-se num nível francamente acima do exigível.
NEGÓCIO SEGURADOR (VIDA E NÃO VIDA)
A CA Vida apresentou um resultado líquido de 6,1 milhões de euros em 2020, sustentado no crescimento global da produção (+25,6% face ao homólogo), nomeadamento no segmento de capitalização (+85,7%) e de risco (+5,6%), bem como na gestão eficiente da carteira de activos associada aos produtos de capitalização que apresentou um valor de 1.007,2 milhões de euros no final de 2020 (-11,4% em termos homólogos).
A CA Seguros, seguradora do Grupo Crédito Agrícola para os ramos não vida, líder na satisfação de Clientes pelo terceiro ano consecutivo (pelo estudo ECSI Portugal), registou um resultado líquido de 4,1 milhões de euros em 2020, assente num crescimento homólogo dos prémios brutos emitidos de 5,2% para os 138 milhões de euros.