1 de Janeiro 2019
Futuro tão presente
Em cinquenta anos de muita investigação e grandes investimentos, os avanços em Inteligência Artificial (IA) só muito recentemente se tornaram claros, concretos e tangíveis para a maioria das pessoas atentas e consumidoras de tecnologia. Aprofundando a sua parceria com a Microsoft, o Crédito Agrícola tem uma atitude muito clara perante a IA, dando os primeiros passos, embora bem medidos, ou seja, “com os pés bem no chão”. As palavras são de Jorge Baião, administrador do CA Serviços, que faz notar o posicionamento do Grupo CA face às novas tecnologias e, concretamente, à questão da IA. “A nossa parceria com a Microsoft procura apoiar-nos na gestão eficiente da inovação, sendo certo que o CA é um Banco, não uma empresa de tecnologia. Resulta daí que o investimento em inovação tem, necessariamente, os seus limites”. Concretizando, o administrador sublinha que a aplicabilidade é, neste contexto, um argumento-chave. “Se, de acordo com a nossa disponibilidade e rigor orçamentais, houver campo para investir em novas tecnologias que, sendo desde já aplicáveis, aportem valor para o negócio do CA, inovando na nossa relação com o Cliente e nos ajudem a tomar decisões de gestão, melhorando os nossos níveis de rendibilidade e eficiência, então avançamos – e é exactamente isso que estamos a fazer com a Microsoft, tendo por base as amplas possibilidades que, já hoje, são trazidas pela IA”. Um desses exemplos é a implementação de bots [aplicações de software que, através de algoritmos, simulam respostas humanas], conferindo ao Grupo CA mais um tópico relevante na sua cultura de inovação permanente, em linha absoluta com os principais grupos financeiros que operam no mercado português. Para José Almeida, arquitecto da Microsoft para a área de serviços de consultoria, actualmente com competências específicas em produtos financeiros, a IA engloba neste domínio muita coisa. “A Banca sempre fez segmentação de Clientes, tem modelos de risco de créditos implementados – e tudo isso mexe com a IA. Aquilo em que temos vindo a trabalhar com as organizações que operam no sistema financeiro, como é o caso do Crédito Agrícola, consiste em trazer estas inovações tecnológicas e estas novas capacidades de big data e de computação distribuída, para afinar e optimizar aquilo que já existe dentro das próprias organizações”. Tudo isto acontece em colaboração com o capital humano das empresas, num processo em que a IA acaba por ser a inteligência humana que, neste caso, “a Microsoft de certa forma – e até certo ponto – consegue codificar com a ajuda de determinados modelos matemáticos e algoritmos, colocando-a depois ao serviço dessas organizações”, explica José Almeida. Neste capítulo das novas tecnologias e concretamente da IA, vivemos sob o desígnio da democratização, o primeiro vector estratégico da Microsoft. “O segundo é a capacitação”, assinala Manuel Dias, director da área de pré-venda técnica da Microsoft e um dos seus ‘embaixadores’ para a IA. “O nosso objectivo é que os nossos Clientes possam tirar partido da IA que já vem embebida nas aplicações que continuamos a desenvolver. E esse é um dos benefícios que a Microsoft traz para o mercado: infundir IA nas aplicações e torná-las mais inteligentes”. E com um custo muito pequeno para as organizações, que até já estão a tirar partido do Office 365 ou do Dynamics – ou do próprio Excel, entre outros exemplos. E recuperando a palavra, o conceito de ‘democratização’, Manuel Dias frisa que o propósito da Microsoft é justamente “democratizar o acesso à IA”. O ‘embaixador’ lembra que, hoje, graças à famosa nuvem virtual (a cloud) “disponibilizamos um conjunto de serviços de IA de muito fácil acesso, por se tratarem de serviços cognitivos: o reconhecimento de imagem, de voz, de emoção... a análise de padrões... a análise sentimental – tantas possibilidades. Além destes serviços pré-feitos, temos depois a componente dos bots inteligentes, de que o CA é claramente um bom exemplo”. No que reporta aos bots, esta é uma segunda tendência que se afirma a cada dia que passa. A ideia é nós hoje podermos interagir em linguagem natural, falando com o telemóvel, com o computador e até com o automóvel. E assim acontece porque a IA, ao assegurar-nos o reconhecimento de voz, permite-nos interpretar o que estamos a dizer. E toda essa interacção através de um assistente virtual é tão bem conseguida que até nos parece real. “É muito relevante a personalização cada vez mais natural da interacção com os Clientes. Eu não tenho de decorar o que preciso de perguntar, ou andar a percorrer menus... É como se estivesse, mesmo, a falar com uma pessoa”, acrescenta Manuel Dias. Ainda sobre a questão dos bots, a Microsoft está a trabalhar no sentido de ter a conversação como plataforma. Que o mesmo é dizer uma (ou um) assistente virtual poderá muito bem ser alternativa aos procedimentos habituais que temos de cumprir quando ligamos para um call center, sendo, conforme a informação que desejamos obter, encaminhados a marcar determinados dígitos até chegarmos ao patamar desejado. Resumindo, a IA não é um tema novo. Começou por chamar-se data mining, estávamos nos finais dos anos cinquenta. Nos últimos dez anos, tem-se assistido a um avanço muito significativo, em razão de três motivos principais. Por um lado, registou-se um desenvolvimento enorme na área de computação, em que a cloud tem hoje um papel fundamental, permitindo actualmente que sejam executados algoritmos com uma capacidade computacional impossível de alcançar há algum tempo atrás. O segundo motivo apontado pelos responsáveis da Microsoft está na disponibilização de dados. “Tantas são as organizações, as empresas que registaram e guardaram durante anos informação muito útil, mas não tiraram partido desses dados. E à actual capacidade computacional e disponibilidade da informação, acresce toda a interacção no contexto das redes sociais e do IOT [internet das coisas], numa combinação de dispositivos inteligentes a gerar continuamente informação, o que vem reforçar a afirmação do sucesso da IA”, assinala o ‘embaixador’. Finalmente, o terceiro motivo reporta ao desenvolvimento dos algoritmos, naquilo que representa a preponderância crescente do deep learning, ou seja, no que tem a ver com algoritmos avançados e mais complexos. Olhando um futuro cada vez mais próximo, a Microsoft trabalha já em profundidade naquela que será uma nova tendência provavelmente dentro de 10-15 anos: a computação quântica e a sua relação com a IA, antevendo-se uma verdadeira revolução na forma como é feita a computação, traduzida num nível de capacidade de processamento sem precedentes. Com um potencial de desenvolvimento inimaginável, o facto é que a IA já faz arte, escreve poesia, compõe música, realiza filmes... Uma área em que a Banca está muito avançada, a exemplo de outros sectores, antevendo-se importantes investimentos em IA no sector da Saúde, por tudo quanto representa para a vida e o bem-estar das pessoas. Entre os especialistas em IA, a Microsoft é referência de topo, partilhando aplicações inteligentes que trazem valor ao Grupo Crédito Agrícola, seja no plano organizacional interno, seja na geração de negócio e, muito especialmente, na interacção personalizada com os Clientes do universo CA. Os bons parceiros são assim. Juntos a conjugar o futuro mais-que-presente.