1 de Abril 2019

Novas Tecnologias na Agricultura

O Passado e o Futuro

A agricultura do passado mais recente era mais (bio)diversa e praticada em escalas mais reduzidas. No actual imaginário social ainda existe a memória de ver pequenas parcelas agrícolas com diferentes consociações culturais (ex: milho e feijão).

Com o objectivo de maximizar o factor trabalho e o factor máquina agrícola, as parcelas foram crescendo de dimensão e a uniformidade da paisagem foi crescendo. Este processo de industrialização da agricultura optimizou o factor trabalho e o factor máquina, contudo, reduziu a eficiência da aplicação de outros factores como os fertilizantes, os pesticidas, a água, para além de outros. A redução da eficiência da aplicação deste último tipo de factores provocou impactos conhecidos sobre o meio ambiente, nomeadamente: i) a poluição do solo, dos lençóis freáticos, das linhas e espelhos de água; ii) a redução da biodiversidade da fauna e da flora; e iii) a desconfiança do consumidor sobre a qualidade dos alimentos produzidos, bem como, sobre os actuais sistemas produtivos. Face aos problemas levantados anteriormente novos desafios se levantam para a produção de alimentos no futuro, pois as sociedades futuras já não quererão maximizar factores como o trabalho e a maquinaria mas sim a Ecologia. 

Com o aparecimento dos robots na agricultura o factor trabalho deixa de ser propriamente um problema e seguramente o actual modelo de grandes e homogéneas parcelas agrícolas também já não farão muito sentido, como tal, passará a ser possível modelar os padrões locais e regionais da ecologia da paisagem, esta última, muito dependente do uso do solo e como tal, da actividade agrícola. Para atingir tal propósito os sensores remotos de observação da terra vão seguramente desempenhar um papel fundamental e nesse sentido, as ferramentas que os usem serão determinantes para modelar a futura ecologia da paisagem, seja ela agrícola, natural ou ambas.

O Presente e o Futuro

Por forma a melhor conhecer as relações solo-água-planta dentro de parcelas agrícolas é hoje comum instalarem-se sensores no terreno de maneira a ampliar o conhecimento que temos das mesmas, todavia este tempo de sensores tem sempre uma visão limitada do espaço, pois amostram condições locais, a não ser que sejam em número elevado, mas nesse caso, o custo do conhecimento também será elevado. Para além do preço, temos o problema da colocação, manutenção e calibração destes equipamentos por forma a termos dados fiáveis e fidedignos, já para não falar da sua integridade física, pois normalmente concentram-se no mesmo espaço onde inúmeras máquinas agrícolas também operam.

Foi-nos prometido, não há muito tempo, que os problemas anteriores seriam supostamente resolvidos com a introdução massiva de sensores IoT (Internet das coisas) nos campos, contudo, no actual estado da arte, verificamos que funcionam melhor na cidade do que nos campos, pois o campo coloca problemas ao nível das comunicações que não encontramos nas cidades. No campo, a rugosidade do terreno e das culturas agrícolas colocam desafios aos sensores IoT que até ao momento ainda não estão resolvidos.

Muito recentemente a Amazon prometeu lançar 3000 satélites com o objectivo de servir de internet qualquer lugar remoto do mundo, nesse sentido, talvez não necessitemos de esperar muito para que os sensores IoT invadam realmente os campos e possamos monitorizar quase tudo o que se passa nos mesmos a um custo atractivo.

Agromap

A pensar no futuro e nos problemas actuais da actividade agrícola a Agroinsider concebeu o AGROMAP e este, na sua versão profissional, de maneira remota e sem equipamentos no terreno: i) permite realizar mapas de solo, substituindo os conhecidos levantamentos geoeléctricos no terreno; ii) permite estudar a saúde das plantas e o stress hídrico das mesmas; iii) permite estudar as anomalias água-solo-planta produzidas pela interacção de diversos fatores; iv) permite dividir automaticamente as parcelas agrícolas em zonas homogéneas de tratamento com o objectivo de criar mapas de prescrição (herbicidas, fertilizantes, etc.), realizando-se automaticamente o download dos mesmos; v) permite de forma automática e nas diferentes zonas homogéneas de tratamento, realizar amostragens inteligentes de solo, plantas e frutos numa perspectiva de rastreabilidade alimentar, realizando-se automaticamente o download das coordenadas aonde amostrar; vi) alerta o utilizador quando as parcelas apresentam uma estrutura espacial muito variável com efeitos potenciais sobre a produtividade/qualidade e a sustentabilidade económica das mesmas; vii) permite a partir de uma WebApp ir aos locais onde as anomalias, dentro da parcela, são detectadas; viii) permite fazer o download das suas imagens para outros softwares SIG; ix) permite coleccionar o histórico da sua parcela e perceber a sua evolução estatística no tempo e no espaço; em suma x) permite ter um sistema de informação poderoso na palma da sua mão, que aliado ao desejo de alterar processos, irá seguramente contribuir para a redução do risco da actividade agrícola, bem como, da sua maior rentabilidade e sustentabilidade.