1 de Maio 2022
Berrapack
Uma História de Embalar… e saltar a tampa – no melhor sentido, é claro. A Berrapack, em Aljustrel, produz embalagens para take-way e indústria industrial, que são "100% recicladas e 100% recicláveis”, avança o administrador da empresa, Jorge Lopes, lembrando que o alumínio é infinitamente amigo da reciclagem. No domínio da economia circular, as atenções estão igualmente viradas para o papel das tampas e ‘algo mais’ diferenciado e inovador: o desenvolvimento de um verniz, também ele alimentar, substituto do plástico que hoje é opção para a cobertura do papel no fecho da embalagem
Portugal anima-se quando, sem vacilar perante ventos e marés, é determinado a seguir em frente, fiel a um rumo, uma estratégia, para chegar… lá. Quando assim acontece, temos tudo para ser bem-sucedidos. No Alentejo, o aljustrelense Jorge Lopes, 44 anos, é o CEO do Grupo Biquímicos, lançado em 2005 e constituindo hoje um exemplo consolidado na área da comercialização de produtos de higiene e limpeza: a oferta inicial de meia centena de referências evoluiu de tal maneira que, actualmente, representa um portefólio superando as seis mil.
Quatro anos depois do arranque da Biquímicos, o casal Jorge e Aida Lopes decide alargar competências, responsabilidades e ambições – nascia a Berrapack, vocacionada para a produção de embalagens de alumínio no mercado take-away e da indústria alimentar, sendo esta a razão primeira que nos trouxe a Aljustrel. O caso não é para menos, considerando a afirmação de uma ideia, de um projecto, de uma aposta que está a colocar esta empresa portuguesa em várias geografias, designadamente Espanha, França e Marrocos, num processo de industrialização iniciado em 2020, em plena eclosão da pandemia, circunstância que, representando um desafio, não comprometeu minimamente o plano estratégico. Com o apoio da Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste (ESDIME) e do Crédito Agrícola, a Berrapack surge da vontade de Jorge Lopes em trazer para a sua esfera de negócios algo susceptível de marcar pela diferença. Portugal tinha, à época, dois fabricantes de embalagens de alumínio, com matéria-prima importada quase exclusivamente de Itália e uma parcela oriunda da Turquia, mas o potencial de crescimento do mercado levaria o CEO da empresa a fazer a si próprio a pergunta retórica: “E por que não sermos nós a fabricar as embalagens?”. Dito e… feito.
Apoiada pelos referidos parceiros – ESDMIE e Crédito Agrícola – e beneficiando dos incentivos atribuídos no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), a Berrapack avançou para a modernização das infra-estruturas e equipamentos entretanto adquiridos, a par da construção – agora iniciada e cuja conclusão se prevê em 2023 – de uma nova área fabril servida de soluções tecnológicas de nova geração, à luz de uma cultura empresarial sensível aos propósitos da sustentabilidade na sua tripla dimensão – ambiental, social e económica. As preocupações neste capítulo emergente reforçam, e de que maneira, os argumentos de venda da Berrapack em Portugal e nos mercados externos, lado a lado com as boas práticas de higiene, um dos orgulhos do CEO da empresa e dos seus Colaboradores, a começar por Sílvia Casadinho, que Jorge Lopes não hesita em considerar o seu “braço direito”. Com tudo para crescer além-fronteiras, dado que o mercado português representa perto de 70% do volume de negócios actual, a Berrapack fixa presentemente a sua produção diária nas 500 mil embalagens, estimando-se que em breve essa capacidade seja multiplicada por três.
“Assim haja, também, alumínio suficiente, nestes tempos muito condicionado pela guerra na Ucrânia”, explica Jorge Lopes, que, reflectindo sobre um futuro não muito distante, espera adquirir ao Município de Aljustrel um terreno para edificação de uma unidade produtiva com 14.000 m2, praticamente o dobro da que está agora em construção. Tudo a pensar na resposta a uma outra escala, com outro fôlego para as solicitações da indústria alimentar, em que as embalagens para o pastel de nata são cada vez mais requisitadas e em quantidades que requerem outro ‘músculo’ por parte da Berrapack. Uma empresa cuja holding, a Biquímicos, é hoje realidade que fala por si: cash & carry e supermercado em Aljustrel, minimercado em Rio de Moinhos e filial em Boliqueime. Avaliando as duas dimensões, a Biquímicos e a Berrapack envolvem actualmente 85 Colaboradores. Sinal de que o Interior de Portugal também é capaz de embalar bem o futuro. Muito bem, aliás.
*Cliente do CA Aljustrel e Almodôvar